A Minha Vida com os Cachorros

No começo do ano de 2008, eu estava morando com as minhas duas filhas, Holly e Stephanie. Durante o mês de fevereiro daquele ano, eu passei por um período de dificuldade e eu tive que dar uma má notícia para as minhas filhas em relação aos meus problemas. As duas começaram a chorar e eu me perguntei “Como poderia fazê-las parar de chorar?” De repente eu me lembrei que eu conhecia uma mulher na minha vizinhança que tinha um cão com 7 novos cachorrinhos. Então eu disse para minhas filhas: “Vamos a casa da Barbara para ver os cachorrinhos.” Elas acabaram de chorar, secaram as suas lágrimas e começaram a sorrir outra vez. Elas sempre quiseram um cão.

Quando elas viram os cachorrinhos pequenos, a Holly me disse “Eu quero um cachorrinho macho.” Mas a Stephanie me disse “Eu quero uma cachorrinha fêmea.” Eu não queria dar preferência para nenhuma das duas então eu disse “Vamos pegar um de cada.”

Trouxemos dois cachorrinhos para casa naquele dia. Isso foi um grande erro. Eles eram muito pequenos e adoráveis. Porém, depois de uma semana de muito trabalho com eles, as minhas filhas estava cansadas dos cachorrinhos e eu tive que fazer todo o trabalho. Se eu pedisse a ajuda delas, elas começariam a chorar novamente. Era patético.

O tempo fez frio nas montanhas onde morávamos e eu tinha muito medo que os cachorrinhos morressem de frio durante a noite. Então o que eu fiz? Eu os colocava na cama comigo habitualmente. Isso também foi um grande erro porque era muito duro quebrar o hábito durante os anos que seguiram.

Agora, moro em Dunedin e tenho muita dificuldade em alugar uma casa aqui porque ninguém quer uma inquilina com cachorros. Também tenho muita dificuldade em deixá-los sozinhos durante o dia porque tenho medo que eles vão latir e incomodem as minhas vizinhas. Por isso, eu sempre os coloco numa gaiola quando eu saio de casa. Eu não posso sair por muito tempo e eu nunca tenho férias. Você pode imaginar que minha experiência é como um sonho mau. Sim, isso é verdade, mas esse ano tenho uma empregada que mora aqui em casa. Todas as manhãs ela sai com os cachorros para passear. Ela passa o aspirador todos os dias, também, porque os cachorros fazem uma bagunça por todas as partes. A sua ajuda é uma  bênção mas ela vai voltar para seu próprio país em Julho e eu terei dificuldades em fazer tudo de novo.  Eu não recomendo que você compre cachorros.

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Semana Santa

Hoje eu vou escrever sobre as tradições da Semana Santa e de Páscoa na Paróquia da Catedral de São José, em Dunedin. A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos. Neste dia, os fiéis recebem os ramos fora da igreja antes da missa e fazem entrada na igreja com os seus ramos, em lembrança da entrada triunfal a Jerusalém por Jesus Cristo antes da festa hebraica da “Peshac.” (“Peschac” é uma palavra hebraica.) Os católicos tentam ir à igreja para receber o sacramento da confissão durante a Semana Santa.

Há sempre uma missa na quarta-feira na catedral chamada “a Missa do Crisma”. Lá o bispo abençoa o óleo do crisma. Depois, os sacerdotes levam o óleo abençoado para as suas próprias paróquias. Eles usam este óleo durante o ano seguindo em várias situações, por exemplo durante a administração dos sacramentos de batismo, da confirmação e da Unção dos Enfermos. Na quinta-feira sagrada ás sete da noite nós temos a missa da última ceia com a cerimônia ritual do lava-pés. 

Chega o dia mais solene no ano, a sexta-feira santa ou a sexta-feira da paixão. Geralmente nós não trabalhamos naquele dia. Comemos sempre “hot cross buns” no café da manhã. Não comemos carne naquele dia. Nós não temos missa. Às três horas da tarde há duas cerimônias na catedral. Estes eventos são conhecidos como “a comemoração da paixão de Cristo” e “a veneração da cruz.” Três pessoas lêem a narrativa da paixão de Cristo e depois os fiéis fazem fila para beijar o crucifixo. Muitas pessoas também fazem as estações da cruz.

No sábado santo está tudo calado. Jesus está sepultado e é um dia de silêncio e reflexão. Geralmente ficamos em casa. Na véspera do domingo de Páscoa nós podemos ir à catedral. Há fogo de Páscoa (uma fogueira pequena) fora da catedral. O bispo acende a vela de Páscoa desta fogueira. Depois as velas individuais acendem-se com a vela de Páscoa e todas as pessoas fazem uma procissão para a igreja com as suas velas. Lá eles assistem missa e renovam as suas promessas do batismo. 

No domingo de Páscoa tem missa também para aqueles que preferem ir á missa durante o dia porque aqui em Dunedin o tempo está frio no Outono. O domingo de Páscoa é um dia de alegria e celebramos com uma refeição especial. As crianças recebem ovos e coelhos de chocolate mas na verdade esta tradição tem origem pagã. Nas línguas germânicas como o inglês, a palavra “Páscoa” não é traduzida corretamente e infelizmente nós falamos “Easter”, mas essa palavra tem origem no nome de uma deusa pagã, Astarte, uma deusa de fertilidade. Ela não tem relação com Páscoa.

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Santo Antônio Guia!

Eu estou preparando uma apresentação para minha professora portuguesa e a minha turma sobre a vida de Santo Antônio de Pádua. Quando eu comecei  a preparar essa apresentação há dois meses atrás, eu percebi que eu não sabia quase nada sobre este homem misterioso. Na verdade, eu sabia somente que ele é considerado o santo casamenteiro e também que ele é o padroeiro do correio.

Algumas vezes alguém me pergunta “O que significa o seu endereço de e-mail?” (o meu endereço de e-mail é saint.anthony.guide…etc) Bem, é por causa de uma história que eu li há alguns anos atrás que me impressionou – uma história sobre porque o santo é considerado o padroeiro do correio. Agora eu vou relatar essa história no meu blogue porque eu acho que é muito interessante mas eu não tenho tempo durante a minha apresentação para relatá-la.

A Carta Milagrosa.

No Ano de 1729, séculos após a morte do santo, aconteceu em Oviedo, Espanha, uma coisa muito misteriosa. Havia uma mulher, a senhora Dante, cujo marido estava trabalhando em Lima, Peru. A senhora Dante tinha enviado algumas cartas para o seu marido em Lima durante a ausência dele mas ela nunca recebeu uma resposta e ela começou a temer que alguma coisa estivesse errada com a saúde ou a segurança do seu marido. Ela também não tinha muito dinheiro.  Como precisava da assistência financeira do seu marido, a senhora Dante lhe escreveu mais uma carta e adicionou as palavras “Santo Antônio Guia!” no envelope. Ela foi à Igreja Católica em Oviedo e lá ela pôs a carta na manga da estátua de Santo Antônio. Ela rezou com muita fé “Caro Santo Antônio, por favor entregue esta carta ao meu marido. Por favor, me ajude!” – e voltou para casa.

No dia seguinte, a senhora Dante voltou à Igreja e lá na manga da estátua ela encontrou não a sua carta mas uma resposta do seu marido e também uma carteira pesada contando 300 pesos, enviada pelo seu marido. Nesta resposta, o senhor Dante escreveu para sua esposa que ele tinha recebido a carta dela em Lima pelas mãos de um padre Franciscano. O senhor Dante também disse que ele estava enviando a sua resposta e o dinheiro pelas mãos do mesmo padre.

Esta carta do senhor Dante foi preservada até hoje no Mosteiro Franciscano em Oviedo, na Espanha. Por causa deste milagre, Santo Antônio é considerado o padroeiro do correio. Desenvolveu o costume em que as pessoas escrevem os grafemas “S.A.G” nos envelopes das suas cartas, que significam o imperativo: “Santo Antônio Guia!”

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Prepare- se!

No outro dia, eu recebi uma carta da minha amiga Felicity. Ela mora na cidade de Ashburton, que fica noventa quilômetros ao sul de Christchurch. Quando o terremoto de fevereiro de 2011 aconteceu, muitas pessoas de Christchurch começaram a fugir e muitas chegaram em Ashburton, em estado de choque, com necessidade de comida, banho, roupa, abrigo, gasolina e dinheiro.

A minha amiga Felicity começou a trabalhar como voluntária com essas pessoas e na carta que me escreveu ela me disse “Martha, sempre leve na sua bolsa a sua carteira de identidade, seu número de imposto e também o seu número de conta bancária.”

Ela me disse que ela trabalhou ao lado de o órgão governamental que se chama “Segurança Social” e quando os refugiados chegaram a Ashburton, eles geralmente vieram a Segurança Social com o fim de pedir esmola de governo em forma de dinheiro. Porém, era necessário dar estes números e dar uma forma de identificação também para poder receber essa ajuda. Naturalmente, muitas pessoas não puderam dar estes números às autoridades. Então eles foram embora com as mãos vazias, chorando. Foi patético. Esta situação impressionou a minha amiga porque não é muito fácil pensar em tudo quando você está fugindo numa situação de emergência.

Quando eu vou às compras, eu sempre tento comprar algumas coisas para uma emergência futura, por exemplo, coisas para comer que não vão deteriorar, latas de comida de vários tipos, sacos de leite seco e saquinhos de chá, porque em qualquer desastre, as pessoas aqui bebem xícara de chá para sentir-se melhor. Pessoalmente, eu não posso sobreviver sem o meu chá. Eu tento manter uma provisão de água potável em casa. Eu tenho 6 recipientes de água e cada um pode levar 20 litros. Eu os encho com água pura e adiciono uma gota de água sanitária para preservá-la.

Lembre-te que é importante também ter desinfectante, sacos plásticos grandes e pequenos, líquido de lavar louça, um abridor de latas que funciono, algumas lanternas elétricas, um rádio e baterias de vários tamanhos. Eu também tenho um fogão de gás e um recipiente de gás. Para o banheiro, eu geralmente compro papel higiênico adicional, pasta de dentes, sabão, toalhas absorventes, xampu e condicionador. Eu também sempre conservo uma provisão de luvas e máscaras cirúrgicas.

Relativamente ao meu carro, eu vou para um posto de gasolina regularmente onde eu ponho ar nos pneus e encho o tanque de gasolina, caso de repente, eu precise fazer uma longa viagem de carro. O que mais? Preciso compre alimento de cão adicional e ainda não tenho provisões dos Primeiros Socorros mas é difícil pensar em tudo. O Ministério da Defesa Civil tem um site útil onde é possível obter informação básica sobre como a preparar para uma emergência ou um desastre natural:

http://www.civildefence.govt.nz/memwebsite.nsf

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Terremoto em Christchurch, fevereiro 2011

Todos os olhos estão na cidade de Christchurch, aqui na ilha do Sul, Nova Zelândia, porque, mais uma vez, a cidade foi atingida por um terremoto terrível – o segundo sismo grande na área em seis meses.

Na terça-feira, dia 23 de fevereiro de 2011, ao meio-dia, um terremoto de magnitude 6.3 estremeceu a cidade e quase destruiu a zona comercial, causando a queda de muitos prédios, tanto novos como velhos, matando e ferindo muitas pessoas. O vidro e o concreto caíram nas ruas que estavam cheias de pessoas naquela hora de almoço, esmagando os carros, os autocarros e as pessoas também.

O impacto do terremoto nos subúrbios foi imenso. Fendas largas e buracos grandes apareceram nas ruas e nas estradas. Uma quantidade vasta de água (de origem subterrânea) subiu, transbordou e inundou todos os jardins e as ruas nos bairros. Sedimento com um odor repugnante cobriu tudo. Mais uma vez, muitas pessoas em muitos bairros estão sofrendo com falta de eletricidade, água potável e sistemas de saneamento básico. Muitas pessoas têm que ir ao banheiro nos seus jardins.  O sofrimento do povo está extremo. As pessoas precisam de muita ajuda.

Muitas escolas estão fechadas. Os estudantes estão deixando a cidade por causa das dificuldades nas casas, nas escolas e na universidade também. As bibliotecas na universidade estão fechadas de novo. As pessoas em Christchurch se sentem muito cansadas e nervosas por causa da morte e a destruição, do sofrimento e dos tremores que continuam até hoje.

Esta vez, o terremoto foi diferente do terremoto de setembro de 2010. Esta vez, o epicentro não foi localizado sob a planície de Cantebury mas muito perto do Porto de Lyttleton, na Banks Península que fica ao lado da cidade. Lyttleton é um lugar pequeno mas muito importante porque lá fica o porto onde muitos navios chegam todos os dias com várias cargas destinada para Christchurch e para outras lugares. Até deste segundo terremoto, este porto era o porto mais importante na Ilha do Sul.

Eu acho que muitas coisas vão mudar agora. Muitas pessoas não querem ficar em Christchurch ou perto da cidade. Eles não podem dormir com todas as suas preocupações sobre o futuro da área.  Muitas pessoas deixaram a cidade depois do terremoto e muitas mais pessoas querem deixar. Algumas vão voltar mas naturalmente outras não querem voltar. Esta falta de confiance vai ter consequências para o futuro da cidade em todos os sentidos. Por exemplo quem quer investir dinheiro lá agora? Um terremoto deste tamanho é bastante para quebrar os corações e os espíritos do povo de Christchurch.

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